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NOVA EXPERIÊNCIA! Nati Martins, central do Vôlei Nestlé, defenderá o Brasil na Olimpíada de Surdos

Nati Martins é a estrela da Seleção Brasileira na competição que será disputada na Turquia.
Foto: João Pires / Fotojump.
   Nati Martins faz história como a primeira profissional surda do vôlei nacional. Para defender o Vôlei Nestlé, alia técnica e garra ao auxílio do aparelho auditivo. Porém, nas próximas três semanas, a central abrirá mão deste recurso. Vai deixar de ouvir sons familiares, desde a voz das pessoas à batida da bola na quadra. Sacrifício em prol da Seleção Brasileira na Surdolimpíada, de 18 a 30 de julho, na cidade de Samsun, na Turquia.

   A central do Vôlei Nestlé embarcou para a Turquia na madrugada desta quarta-feira (12) e retirou o aparelho ao desembarcar em Istambul. Sobre isso Nati comentou:“Preciso me adaptar, porque é completamente diferente jogar sem ouvir nada. Você perde uma parte da referência. Por isso, quanto antes eu entrar nesse ritmo, melhor. É sempre um pouco estranho, inclusive para me comunicar, pois vou usar a linguagem dos sinais. Mas faz parte do processo e vai dar tudo certo”.

   A Seleção Brasileira Feminina de Vôlei de Surdos estreia na Surdolimpíada contra a Ucrânia, dia 19 deste mês. No dia seguinte, joga contra a Polônia. E encerra sua participação na fase de classificação contra a forte equipe dos Estados Unidos, dia 22. A partida será a reedição da final dos Jogos Pan-Americanos do ano passado, quando as norte-americanas foram as campeãs. Nati não ganhou a medalha de ouro, mas foi eleita a melhor jogadora do campeonato. Confiante a central afirmou: “Vamos lutar pelo título. Não é fácil, porque o time dos EUA é muito forte. Mas o Brasil vai com tudo”

   Nati perdeu 70% da capacidade auditiva aos 4 anos de idade e entrou no vôlei aos 11 anos. Relembrando a atleta comentou: "Como eu já era alta, a professora de educação física indicou o vôlei. Comecei e, mesmo com a deficiência, o esporte deu forças para me superar e vencer. Eu me considero uma guerreira. Tenho o problema de audição, mas treino normalmente como todas as outras jogadoras". Ainda nesse sentido, para a mãe de criação Nati agradeceu: "A dona Irani não teve medo de me deixar passar pelas situações da vida. Com 6 anos já usava o aparelho auditivo e ia sozinha para a escola. Sou grata por ela ter me liberado e estimulado a esse aprendizado".

   Primeira profissional surda de vôlei brasileiro, Nati fará a segunda temporada pelo Vôlei Nestlé. A central chegou ao time de Osasco em 2016, disposta a encarar o desafio de disputar uma posição que já teve Thaisa e Adenízia como titulares por quase uma década. Trabalhou duro e ajudou sua equipe a conquistar o título paulista e a medalha de prata na Superliga. Sobre a renovação para essa temporada a atacante comentou: "Estou muito feliz em fazer parte desse projeto por mais um ano. Que tenhamos uma temporada cheia de alegria, perseverança e superação".

   A Surdolimpíada é organizada pelo Comitê Internacional de Desportos de Surdos (ICSD - sigla em inglês). É a versão dos Jogos Olímpicos exclusiva para atletas com deficiência auditiva. Na 23ª edição, conta com a participação de 80 países e 5 mil atletas na disputa em 21 modalidades esportivas.

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